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domingo, 15 de maio de 2011
Robô esquizofrênico
Robô esquizofrênico confessa atentado terrorista
Pode parecer piada, mas é coisa séria. Pesquisadores sobre saúde mental conseguiram produzir uma crise de esquizofrenia em um sistema inteligente artificial.
Mistérios relacionados aos problemas mentais são largamente discutidos na computação, em especial na Inteligência Artificial. Na ficção é tema de diversos filmes com um roteiro quase sempre semelhante, onde uma inteligência artificial (robô) apresenta problemas e é acometido por uma crise que resulta em ameaça aos humanos.
C
ientistas da computação da Universidade de Texas-Austin construíram uma rede neural chamada Discernir, capaz de aprender a língua natural.
Um humano ensinou ao robô uma série de histórias simples, da mesma forma que uma pessoa iria aprender uma história.
Gradativamente a velocidade do que era ensinado foi sendo acelerado e por isso o computador teve de assimilar palavras em um ritmo mais rápido, em certo nível não foi possível ao sistema neural ignorar o "barulho dos dados" e iniciou certas confusões neurais devido ao processo acelerado de assimilação.
Alguns especialistas em saúde mental acreditam que os humanos acometidos pela esquizofrenia não podem esquecer ou ignorar os estímulos tanto quanto deveriam, o que torna difícil sintetizar e processar as informações corretas.
Este fenômeno chamado de "hyperlearning" faz com que esquizofrênicos percam conexões entre as histórias individuais, perdendo a distinção entre realidade e ilusão.
A dopamina é um fator chave no processo de compreender e diferenciar experiências no caso dos humanos.
No sistema neural artificial ocorreu um fenômeno semelhante, em certo momento, a conexão entre o que estava sendo assimilado pela rede neural perdeu sentido e o robô
se colocou no centro das fantásticas histórias delirantes, incorporando elementos de outras histórias que tinha aprendido anteriormente. De acordo com o comunicado de imprensa da universidade,
o robô assumiu em uma das respostas, a responsabilidade por um atentado terrorista.
De acordo com os pesquisadores, que publicaram suas descobertas sob o titulo "computador enlouquecido" na revista
Biological Psychiatry,
o experimento não tem a pretensão de provar a hipótese "hyperlearning",
mas sinaliza que este deve ser um caminho para estudos
.
O experimento
mostra que as redes neurais artificiais podem ser um análogo útil no estudo cognitivo. De acordo com a estudante Grasemann, que participou da pesquisa, "
A expectativa é que esse tipo de modelagem computacional possa ajudar nas investigações clínicas."
Eliza Monks
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